Carnes vermelhas processadas podem potenciar risco de demência
A conclusão consta de um novo estudo norte-americano que monitorizou a alimentação e a saúde de mais de 130 mil pessoas ao longo de 43 anos.
A ingestão de carnes vermelhas processadas pode aumentar o risco de demência, segundo uma investigação apresentada esta quinta-feira na Alzheimer's Association International Conference.
Um grupo de investigadores da Harvard School of Public Health, nos EUA, observou mais de 130 mil profissionais de saúde ao longo de 43 anos, de acordo com um comunicado da Alzheimer’s Association. Foram identificados mais de 11 mil casos de demência.
No decorrer deste período, a cada dois a cinco anos, os participantes forneceram dados sobre a sua dieta, designadamente a frequência com que consumiam alimentos como bacon, cachorros-quentes, salsichas, salame e outras carnes usadas em sanduíches.
Os investigadores concluíram que comer cerca de duas porções de carne vermelha processada por semana aumenta em 14% o risco de declínio cognitivo em relação a quem consome cerca de três porções por mês.
Além disso, cada porção diária adicional foi associada a mais 1,6 anos de envelhecimento cognitivo global, com impacto na linguagem e na função executiva do cérebro.
Yuhan Li, assistente de investigação no hospital universitário Brigham and Women’s Hospital, em Boston, e principal autora do estudo, referiu que a carne vermelha processada “pode afetar o cérebro porque tem níveis elevados de substâncias nocivas, como os nitritos [conservantes] e o sódio”.
Os participantes responderam também a questões sobre o consumo de frutos secos, leguminosas e derivados, como amendoim, manteiga de amendoim, nozes e outros frutos secos, ervilhas, leite de soja e tofu.
Os dados recolhidos sugerem que substituir uma porção de carne vermelha processada por uma porção de frutos secos, leguminosas ou tofu diariamente pode diminuir o risco de demência em 20% e o envelhecimento cognitivo global em 1,37 anos.
Richard Oakley, da britânica Alzheimer’s Society, considera que os resultados devem ser lidos com alguma cautela, já que o estudo estabelece uma ligação entre a carne vermelha processada e a demência, mas não prova a relação de causa-efeito entre as duas.
“É importante lembrar que isto não significa que comer carne vermelha processada está diretamente relacionado com o desenvolvimento de demência”, frisa o especialista, citado pelo ‘The Guardian’.
Ao longo dos anos, vários estudos têm salientado os malefícios das carnes vermelhas. Em 2012, a Harvard School of Public Health já tinha associado o consumo de carnes vermelhas processadas a um maior risco de doenças crónicas e mortes prematuras.
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