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Fadiga Crónica pode persistir até um ano após um Mini AVC

Fadiga Crónica pode persistir até um ano após um Mini AVC

30 de Maio de 2025

Um estudo recente conduzido por investigadores dinamarqueses revelou que indivíduos que sofreram um acidente isquémico transitório, também conhecido como mini-AVC, podem experienciar fadiga persistente até um ano após o evento. Esta descoberta desafia a perceção comum de que os mini-AVCs têm apenas efeitos temporários e destaca a necessidade de uma maior atenção aos sintomas de longo prazo associados a estas ocorrências.

O acidente isquémico transitório ocorre quando há uma interrupção temporária no fornecimento de sangue ao cérebro, resultando em sintomas semelhantes aos de um AVC, mas que geralmente desaparecem em menos de 24 horas. Apesar da sua natureza transitória, este estudo indica que as consequências podem ser mais duradouras do que se pensava anteriormente.

A investigação, publicada na revista Neurology, acompanhou pacientes que tinham sofrido um mini-AVC e avaliou os seus níveis de fadiga ao longo de um ano. Os participantes completaram questionários que mediam a fadiga geral, fadiga física, redução da atividade, diminuição da motivação e fadiga mental. Os resultados mostraram que mais de metade dos participantes relataram níveis significativos de fadiga um ano após o evento inicial.

O Dr. Boris Modrau, autor principal do estudo e neurologista no Hospital Universitário de Aalborg, afirmou que a fadiga foi um sintoma comum que persistiu até um ano após o acidente isquémico transitório. Ele observou que os pacientes que relataram fadiga nas duas semanas seguintes à alta hospitalar tinham maior probabilidade de continuar a experienciar fadiga ao longo do ano seguinte.

Além disso, o estudo identificou uma ligação entre a fadiga persistente e antecedentes de ansiedade e depressão. Os pacientes com fadiga prolongada tinham duas vezes mais probabilidades de ter um histórico destas condições de saúde mental. Esta associação sugere que fatores psicológicos podem desempenhar um papel na experiência de fadiga após um mini-AVC.

Curiosamente, as imagens cerebrais dos participantes não mostraram diferenças significativas na presença de coágulos sanguíneos entre aqueles que experienciaram fadiga de longa duração e aqueles que não o fizeram. Isto indica que a fadiga persistente pode não estar diretamente relacionada com danos físicos visíveis no cérebro, mas sim com outros fatores, possivelmente incluindo processos inflamatórios ou alterações na função cerebral que não são facilmente detetáveis através de exames de imagem convencionais.

Os autores do estudo reconhecem que uma limitação da investigação é o facto de os dados sobre fadiga serem auto-relatados, o que pode introduzir viés, especialmente se os questionários foram preenchidos com assistência de familiares ou cuidadores. No entanto, os resultados destacam a importância de reconhecer e abordar a fadiga como um sintoma significativo após um mini-AVC.

Este estudo também sublinha a necessidade de estratégias de prevenção e gestão de acidentes isquémicos transitórios e dos seus efeitos a longo prazo. Especialistas recomendam mudanças no estilo de vida que promovam a saúde cardiovascular, como seguir uma dieta mediterrânica rica em frutas, vegetais, grãos integrais e gorduras saudáveis, praticar exercício físico regularmente, manter um peso saudável, controlar a pressão arterial e os níveis de colesterol, e evitar o tabagismo.

A American Stroke Association enfatiza que a prevenção de AVCs e mini-AVCs está intimamente ligada à melhoria da saúde cardiovascular geral. Adotar hábitos saudáveis não só reduz o risco de eventos iniciais, mas também pode mitigar os efeitos a longo prazo, como a fadiga persistente.

Em conclusão, embora os acidentes isquémicos transitórios sejam frequentemente considerados eventos menores devido à sua natureza temporária, este estudo revela que podem ter consequências duradouras, como a fadiga crónica. Reconhecer e tratar estes sintomas é crucial para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e prevenir complicações futuras. A investigação contínua nesta área é essencial para desenvolver intervenções eficazes que abordem não apenas os aspetos físicos, mas também os psicológicos e emocionais da recuperação após um mini-AVC.

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