A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou um ambicioso plano estratégico para enfrentar a crescente ameaça da dengue e de outras doenças transmitidas por mosquitos do género Aedes, como o zika e o chikungunya. A iniciativa visa coordenar esforços globais para reduzir significativamente o peso destas doenças, que causam sofrimento e morte a milhões de pessoas anualmente.
O novo plano, intitulado Plano Estratégico Global de Preparação, Prontidão e Resposta, delineia uma série de ações prioritárias para controlar a transmissão destes vírus. Entre as medidas propostas estão o reforço da vigilância epidemiológica, a melhoria das capacidades laboratoriais, a intensificação do controlo de vetores, a promoção da participação comunitária, a otimização da gestão clínica de casos e o investimento em pesquisa e desenvolvimento.
A OMS alerta para a gravidade da situação, estimando que cerca de quatro bilhões de pessoas estejam atualmente em risco de contrair doenças transmitidas por estes mosquitos. Este número deverá aumentar para cinco bilhões até 2050, devido a fatores como a urbanização, as mudanças climáticas e a globalização.
Os dados mais recentes são particularmente preocupantes. O número de casos de dengue, por exemplo, tem duplicado anualmente desde 2021, atingindo níveis recordes em 2023. A doença, endémica em regiões tropicais e subtropicais, tem se espalhado rapidamente para novas áreas, colocando em risco populações que não possuem imunidade natural.
A África, em particular, enfrenta uma situação complexa. A região lida com surtos simultâneos de diversas doenças infecciosas, agravados por conflitos armados e desastres naturais, o que sobrecarrega os sistemas de saúde já fragilizados.
Em resposta à crescente crise, a OMS declarou o surto global de dengue como uma emergência de saúde pública de importância internacional, o mais alto nível de alerta da organização. Essa classificação visa mobilizar recursos e fortalecer a cooperação entre os países para conter a propagação da doença.
O diretor geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, enfatizou a necessidade de uma ação coordenada a todos os níveis para combater a dengue e outras arboviroses. Segundo ele, desde a manutenção de ambientes higienizados e cuidados médicos adequados têm um papel a desempenhar nesta luta. O novo plano estratégico representa um marco importante nesse esforço, oferecendo um guião para proteger as populações vulneráveis e construir um futuro mais saudável.
A implementação bem-sucedida deste plano dependerá da colaboração entre governos, organizações internacionais, comunidades e indivíduos. É fundamental investir em ações de prevenção, como o combate aos vetores transmissores, a promoção da higiene e a vacinação, quando disponível. Além disso, é essencial fortalecer os sistemas de saúde para garantir o diagnóstico precoce e o tratamento adequado dos casos.
A luta contra a dengue e outras arboviroses é um desafio global que exige uma resposta global. O novo plano estratégico da OMS oferece uma esperança de que seja possível controlar essas doenças e proteger a saúde de milhões de pessoas em todo o mundo.
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