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Parar de fumar pode abrandar o declínio cognitivo

Parar de fumar pode abrandar o declínio cognitivo

17 de Outubro de 2025

Um novo estudo sugere que nunca é demasiado tarde para deixar de fumar se queremos proteger o cérebro contra a evolução natural de perda de memória e capacidade de raciocínio com a idade.

Investigadores analisaram dados recolhidos ao longo de dezoito anos por três estudos internacionais que incluem participantes de doze países. Foram incluídos quatro mil setecentos e dezoito adultos com idades entre os quarenta e os oitenta e nove anos que tinham deixado de fumar, emparelhados com igual número de pessoas que continuaram a fumar. O objetivo era comparar a taxa de declínio cognitivo entre quem parou de fumar e os que mantiveram o hábito. Os resultados mostram que aqueles que abandonaram o tabaco durante a meia-idade ou mais tarde apresentaram uma diminuição mais lenta da memória, cerca de vinte por cento mais lenta, e um abrandamento ainda maior na fluência verbal, cerca de cinquenta por cento menos declínio, em comparação com quem continuou a fumar.

Os investigadores realçam que o tabaco danifica os vasos sanguíneos pequenos no cérebro, promove processos inflamatórios crónicos e prejudica o funcionamento cardíaco e pulmonar, tudo isso contribuindo para acelerar alterações cerebrais associadas à perda de função cognitiva grave e demência. Parar de fumar consegue reduzir esses efeitos adversos mesmo quando a pessoa interrompe o consumo tardiamente, o que tem implicações para quem acha que já é tarde demais para mudar hábitos.

Apesar destes resultados promissores, o estudo é observacional, o que significa que não pode provar de forma definitiva que parar de fumar causa um abrandamento do declínio cognitivo, apenas que existe uma associação significativa. Foi tentado controlar variáveis como saúde cardiovascular, uso de outros medicamentos, estatuto socioeconómico, entre outros, para reduzir interferências nos resultados.

Outro aspeto destacado é que muitos adultos de meia-idade ou idosos não param de fumar pois sentem que o hábito está demasiado enraizado ou que os danos já são irreversíveis. Este estudo dá-lhes um motivo adicional para considerar a cessação do tabagismo como medida de saúde cerebral, porque mesmo numa fase mais avançada da vida é possível observar benefícios.
Os investigadores propõem que os próximos passos passem por estudar os mecanismos biológicos específicos dessa recuperação ou abrandamento do declínio ao nível cerebral, vascular e do sistema imunitário, e procurar perceber até que ponto parar de fumar reduz o risco de demência ou doenças neurodegenerativas.

Em conclusão parar de fumar traz vantagens claras não apenas para a saúde física geral mas também para a saúde mental e cognitiva. Mesmo que se faça isso mais tarde na vida, os benefícios são reais. Refletir sobre isto pode ser um incentivo para quem ainda fuma considerar deixar esse hábito para preservar a memória, manter o raciocínio e garantir uma melhor qualidade de vida nos anos que vierem.

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