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Treino de Força: Um Aliado na Prevenção do Declínio Cognitivo em Idosos

11 de Abril de 2025

O envelhecimento da população mundial trouxe consigo um aumento significativo nos casos de demência, uma condição neurológica que afeta a memória e as capacidades cognitivas. Estima-se que, em 2021, cerca de 57 milhões de pessoas em todo o mundo viviam com demência. Embora ainda não exista uma cura definitiva, estudos recentes apontam para a importância de intervenções não farmacológicas na prevenção ou atraso do seu aparecimento. Entre estas intervenções, o treino de força, ou musculação, tem emergido como uma estratégia promissora.​

O Papel do Exercício Físico na Saúde Cognitiva

A prática regular de exercício físico é amplamente reconhecida pelos seus benefícios para a saúde física e mental. No contexto da saúde cognitiva, atividades como o treino aeróbico têm sido associadas a uma redução do risco de desenvolvimento de demência. Contudo, o treino de força tem recebido atenção crescente devido aos seus potenciais efeitos neuroprotetores.​

Um estudo conduzido por investigadores da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) no Brasil recrutou 44 adultos com 55 anos ou mais, todos diagnosticados com défice cognitivo ligeiro, uma condição que frequentemente precede a demência. Os participantes foram divididos em dois grupos: um grupo submeteu-se a um programa de treino de resistência de intensidade moderada a alta, realizado duas vezes por semana durante seis meses, enquanto o grupo de controlo não participou em qualquer programa de exercício. Os resultados revelaram que o grupo que realizou treino de força apresentou melhorias significativas na memória verbal e mostrou proteção contra a atrofia em áreas cerebrais associadas à doença de Alzheimer, como o hipocampo e o precuneus. ​

Mecanismos Subjacentes aos Benefícios Cognitivos do Treino de Força

Os benefícios cognitivos associados ao treino de força podem ser explicados por vários mecanismos biológicos:​

  • Aumento de Fatores Neurotróficos: O exercício físico, incluindo o treino de resistência, estimula a produção de proteínas como o fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) e a irisina. Estas proteínas desempenham um papel crucial na sobrevivência, crescimento e plasticidade dos neurónios, contribuindo para a melhoria das funções cognitivas. ​
  • Redução da Inflamação Sistémica: O treino de força pode diminuir os níveis de inflamação no organismo, um fator de risco conhecido para o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas. ​
  • Melhoria da Saúde Cardiovascular: A prática regular de treino de resistência contribui para a saúde cardiovascular, promovendo uma melhor circulação sanguínea e, consequentemente, um aporte adequado de oxigénio e nutrientes ao cérebro.

Evidências Adicionais e Estudos Correlacionados

Outros estudos corroboram os achados da investigação brasileira. Por exemplo, uma pesquisa publicada na revista Neurology: Clinical Practice indicou que adultos mais velhos que acumularam cerca de 52 horas de exercício físico ao longo de seis meses apresentaram melhorias significativas em funções cognitivas como pensamento, resolução de problemas e velocidade de processamento. Embora este estudo tenha incluído diferentes formas de exercício, os resultados sugerem que a consistência e a duração total do exercício são fatores determinantes para os benefícios cognitivos. ​

Além disso, uma investigação realizada pela Universidade de Sydney revelou que seis meses de treino de força podem ajudar a proteger áreas do cérebro especialmente vulneráveis à doença de Alzheimer, com efeitos que perduram até um ano após o término do programa de treino. ​

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